Quanto mais fome mais violência. Os famintos, no Brasil, estão nas favelas consideradas não pacificadas. Acontece que as balas perdidas da polícia e os cacetetes dos policiais não enchem barriga.
Publicado no Diário de Notícias de Portugal:
As Misericórdias […] são o último refúgio do pobre ou do necessitado. A atual crise financeira, laboral e social, faz com que muitas pessoas recorram ao auxílio que as Misericórdias podem fornecer. Só que os pedidos ultrapassam a capacidade financeira destas organizações, à beira do colapso. Ora, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem a concessão dos jogos sociais. É aqui que, em nome de uma solidariedade nacional, clamo ao provedor da SCML e ao ministro das Finanças que as verbas não previstas nos orçamentos, com os impostos já pagos, referentes aos prémios das lotarias que não foram distribuídos, prémios do Euromilhões, do Toto-bola e do Totoloto que não foram levantados, sejam distribuídos de forma equitativa pelas Misericórdias do País, com critérios a estudar. […] Essas verbas, afinal, não deviam reverter de novo para as Finanças e SCML, pois já não têm qualquer direito sobre elas. Mas, bem aplicadas, poderão mitigar muita fome por esse País fora…